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15 de abr. de 2011

Mar

Entre a longa espera e a perda de tempo,
Fica a vontade a me bater na cabeça
E o desejo de sumir deste mundo,
De dormir e sonhar com o mar,
Com os segredos de um dia feliz.
Mas sempre ao acordar
A realidade volta a me assombrar,
Trazendo à tona o peso das lembranças,
Das coisas que fiz e as que deveria ter feito,
Das vezes em que me perdi,
Paralisado pela minha inibição.

Logo eu que maquinava com certa raiva
Minhas loucas intenções de homem inconformado,
Me torno outra vez a criança medrosa e insegura,
Que mal sabe o que falar ou como agir.
É a ironia inerente à vida,
Aquele ímpeto feroz que o instinto me da
E a razão entende
É freado por um estúpido embaraço
Que vêm não sei de onde
Um pudor irracional,um medo descabido
Que não honra as minhas virtudes,
Apenas essa sensibilidade indesculpável,
Que os anos não me ensinaram a perder
E que talvez eu nunca perca
E por não perder talvez não cresça.

Então acabarei aqui,no mesmo lugar,
Uma criança,medrosa e insegura,
Que apenas chora quando se arrepende
Das chances que perdeu
E que dorme para esquecer o mundo
E sonhar com o mar.


JW




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