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23 de ago. de 2012

Nada existe?

Me dá um dia pra pensar
Pra eu me preocupar
E se eu não pensar
O que será que vai acontecer?
Alguma coisa sempre acontece
De um jeito ou de outro

Se eu estiver vivo até lá
Eu com certeza vou ver
Que nada disso precisava
De tanta preocupação
Afinal já aconteceu
De um jeito ou de outro
Só falta acontecer

Nunca nada é como a gente imagina
E se eu não imaginar nada?
Se eu não esperar nada?
Meu maior medo é esse!
O nada!

JW

19 de ago. de 2012

Outono

Esqueço o outro buscando felicidade
Até engano a mim 
Pensando no outono para caírem as folhas
Renovai 
Mostra tua imperfeição para babel 
Quem sabe se erga uma torre 

Agosto com vinho 
para lembrar quando tinha joão will no meu caminho
Buscando ouro penso fragilidade 
Quero ver mais uma vez aquele espetáculo 
das árvores secas 

Parece mentira eu confundir datas
Olhando para os mapas do acaso 
Deveria ser preso a um final de domingo 
Eu sobrevivo... 

Torna-se fácil um plágio das minhas atitudes 
Uma alusão a guerra lembrar que existe mudança
E que o passado não está preparado para o que vem depois 
Não ousa citar nomes 

Quero saber porque Berlim não segurou o muro
Divergem opiniões sobre separação
Mas uma barreira não me impede de pular 
e continuar com a mesma nuvem, sem ver 

Se não há como chegar, enxergar 
procuro entender, aceitar 
que o mais belo se esconde na nuvem 
e não me impede de atravessar 






3 de ago. de 2012

4 cidades

Já vi tudo
Tudo que um homem pode ver
Enquanto tem olhos
Já fui rei em Jerusalém
Mesmo sem ter nada disso
Que eu vejo

Luto pra derrubar as muralhas
Que estão dentro de mim
Mas antes delas
Ainda tem os reinos, os sonhos
Os olhos
E a grande Jericó -cheia de homens e teorias-

Caiam as muralhas!
E os olhos todos dos que sonham demais
Como eu, em Santa Maria
Que faço o coração como um óculos 3D
E vejo sempre a mesma nítida impressão
Que vai desbotando até eu achar outra

Mas só há um caminho até Canaã
E nada pode me tirar dele
Nem olhos, nem muralhas, nem os óculos 3D
Nem mesmo se os sonhos do lado de cá
Forem como dois filhotes gêmeos de gazela
Pastando entre os lírios

JW




12 de fev. de 2012

70 em 12

Sóbrio no sábado, sabedoria
Sabia que só não poderia 
carregar a dor de quem dizia 
para poucos existe anestesia 

Até o carnaval esperou passar fevereiro
não quis ser protagonista 
da história mais curta do ano 
que promete ter um fim por inteiro.

Sombrio seria ver as alegorias em março 
se saísse da rotina,
os pintores errariam o traço
os ingleses trocariam o passo 

Preparados para anomalias(?gurias?)
retomando um estilo new wave  
com a volta dos anos 70
onde a liberdade foi recuperada

Passando está o futuro, e por que importa 
vocês querem somente as antigas revoltas 
dar valor a novas causa jamais 
isso está fora  dos planos 
se interessar no que vale, não mais!







M.G


1 de fev. de 2012

Atrás(o)

Ana deixou bem claro o seu futuro,
sempre com idéias inimitáveis inovou
procurou deixar de lado os atrasos e atrasados
Na frente era o olhar, com um copo de café

Ia dobrando esquinas decorando os nomes das ruas
Elas tinham só números, nas casas também
Ana não suportava a ideia  de ver igualdades

Ficava cada vez mais simples entender que na frente ela queria mudança
Fazia pouco sentido ir a frente para encontrar tudo que foi descartado
Esperando uma chance de ser reaproveitado
Era como voltar a cometer velhos erros de uma maneira diferente
Porém com a mesma intensidade

Viajante ela seguia sempre nas ruas
Carregava sempre um Gessinger na mochila
Leva poucas coisas para poder conhecer mais
Era disso que se alimentava, gostava do ar poluído

Não acreditava nas leis criadas, trabalhava no domingo
Tinha suas filosofias , vivia o inverso
Vivia simples, se respeitava e só
Ana queria olhar para trás, suavemente e dizer: Adeus!